Biografia de Paulo Gonçalo patrono da nossa unidade




                               Paulo Gonçalo dos Santos

Nascido em 30/06/1963, na periferia de São Paulo, “gostava de correr pelas ruas de terra batida do bairro e sentir o cheiro bom das plantas e da chuva que caía nos finaizinhos das tardes de verão sem trazer preocupações a ninguém.”
Viveu na região do Jardim Miriam com a família que sempre o estimulou aos estudos.  Cresceu lendo muito e ouvindo os pais e a avó cantarem o tempo todo. Estudou no Grupo Escolar, que era uma escola que ficava duas ruas abaixo da sua casa. Lá ficou muitos anos, e quando cresceu, resolveu não sair da sala de aula e se tornou Professor de História. Foi Diretor de Escola e “gostava muito de conversar com todos sobre tudo.”
Dar aula e ouvir música era o que mais o alegrava. A música brasileira enchia sua alma de poesias. Vivia cantarolando, conversando e escrevendo.


Possuía um Blog sobre MPB chamado “Nem às Paredes Confesso”, que tinha por finalidade divulgar a Música Popular Brasileira permitindo que todos e todas pudessem conhecer suas opiniões sobre CDs, DVDs, Shows e Livros. Colecionador de memórias relacionadas à nossa música,escrevia regularmente também para o site mineiro “Acontece Geraes”.
“Era um homem simples que adorava conversar, ler, escrever, ouvir muita música e contar muitas estórias e histórias!” O escritor nasceu com a chegada do seu sobrinho (filho) Gustavo em 1998, que despertou a sua vontade de escrever, acumulada durante anos no trabalho com crianças e adolescentes.
Organizou em livro de poemas, intitulado “Em Construção”, escritos nas décadas de 80 e 90 por Dogival Barros Gomes, seu companheiro, mostrando o cotidiano de um filho da periferia de São Paulo, suas alegrias, seus sonhos, suas decepções, enfim o dia a dia de um morador da cidade retratado em versos.
Dogival faleceu em 19 de fevereiro de 2007, deixando seus poemas para seu companheiro de vida, que o acompanhou por 15 anos.
Em 2007, a Secretaria Municipal de Gestão, considerando as conclusões alcançadas pela Assessoria Jurídica da Pasta, referente ao Memorando nº 02/CEU Navegantes/2007, formulado pelo Paulo Gonçalo dos Santos, quando era Diretor, a respeito de licença nojo de sua  união estável e homoafetiva, publicou a PORTARIA 79/07 – SMG, que define / normatiza a concessão da licença nojo, inclusive para companheiro, ou companheira, com quem, por ocasião do falecimento, estivesse, comprovadamente, mantendo união estável ou homoafetiva nos termos da legislação civil.
Dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, publicando “Todos os Sons que Tocam a Alma”, em 2010; “De Mãos Dadas para Aprender a Viver com o HIV”, em 2011; “A Sapoti que Virou Rainha do Rádio” e “A Pimentinha que Cantava”, em 2012.
Paulo Gonçalo dos Santos trabalhou na Rede Municipal de Educação desde 1989, como Professor de História, Coordenador Pedagógico, Auxiliar de Direção, Assistente de Diretor, Diretor de Escola, Professor Orientador de Sala de Leitura, prestou Serviços Técnicos Educacionais, foi Assistente Técnico Educacional na Secretaria Municipal de Educação, onde coordenou o Círculo de Leituras e, por fim, foi nomeado Diretor Regional de Educação de Santo Amaro em 29/01/2013. Faleceu na tarde do dia 26/04/2013.
Sob sua responsabilidade, A EMEI CEU Navegantes, recebeu Menção
Honrosa na 3ª Edição do Prêmio Paulo Freire, em 2008, entregue pela Câmara Municipal com o projeto "Cuidar da Vida lendo o Mundo". Em 2011, a EMEF Profª. Maria Lucia dos Santos, quando Paulo era Diretor, ganhou o 1º lugar, Salva de Prata, do Prêmio Paulo Freire, com o projeto “Escola de Pais - Construindo diferentes saberes junto à comunidade escolar.”
       
Paulo Gonçalo também foi vencedor do Concurso Literário Valeu, Professor 2010, como um dos Professores Escritores autores das 53 obras que compuseram o livro Eu me lembro: Crônicas, contos e poesia, com o conto “Cheiro de Terra, Sabor de Saudade.”
Acreditava que “trabalhar com educação é uma forma de poder mudar as coisas e provocar mudanças nos espaços, com pessoas aprendendo, trocando, mediando e crescendo com o outro, com a diferença. É trabalhar com o que há de mais bonito no ser humano que é aprender.”


Comentários

Unknown disse…
Texto muito bem escrito. .... uma bela homenagem. A memória de Paulo Sem dúvida merece. Foram 5 anos de muita aprendizagem ao lado dele que , aliás, até o fim, quando eu o sepultei. E foi comigo que ele viveu nesses últimos cinco anos e produziu os livros.