Comunidade da Fumaça


CIDADE CEU – Informação, Conhecimento e Moradia.

Este projeto tem como ponto principal discutir com a juventude e constituir meios de participação política em relação à problemática habitacional no entorno do CEU Alvarenga, que se localiza na zona sul da cidade de São Paulo, mais especificamente nos distritos de Pedreira/Cidade Ademar, em lugares como: Apurá, Balneário São Francisco, Comunidade da Fumaça, Doroteia, Missionária e Santa Amélia.   A partir da análise da história do lugar e de seus habitantes e da verificação da situação das moradias próximas da escola, para entender o desenvolvimento da zona sul, pretendemos promover o monitoramento do espaço através de uma cartografia social, visando criticar e colaborar com as políticas públicas da região, na perspectiva da afirmação do direito à Cidade para todos.


A COMUNIDADE DA FUMAÇA

O desafio em ir até a Comunidade da Fumaça foi compreender a produção da cidade e a ação de seus habitantes na busca pela moradia. O espaço urbano foi capturado pelo mercado quando o capitalismo tornou este lugar seu principal núcleo de produção industrial. Durante os séculos XVIII e XIX as cidades tornam-se efetivamente industriais. As concentrações humanas necessitam de uma estrutura urbana capaz de dar conta das necessidades de seus habitantes, principalmente em relação àqueles que vivem do trabalho, do salário, de benefícios sociais, aposentadorias e daqueles sem casa, sem teto. Na Fumaça percebemos as várias formas de habitação, em sua grande maioria bastante precária. Vimos a falta de infraestrutura de energia elétrica, de asfaltamento e, principalmente de saneamento básico. A Fumaça é bastante caótica, mas esconde a ordem capitalista de produção do espaço urbano que é marginalizar em periferias os seus habitantes mais pobres, por não terem condições de participação ativa do mercado de terras e imóveis e, ao mesmo tempo, valorizar o centro da cidade de São Paulo. A segregação socioespacial gera lucros, pois cria a possibilidade de ascensão social e empurra o trabalhador a sempre despender cada vez mais recursos para conseguir a casa própria. Além do mais, toda a infraestrutura urbana de responsabilidade do poder público vai se concentrando espacialmente, criando uma concentração de renda cada vez maior nas mãos dos capitalistas especuladores. Mas a força de seus habitantes, com histórias de superação deste quadro de extrema dificuldade, também nos chama atenção. Chamamos de moradias precárias ou vulneráveis, mas não podemos deixar de dizer que são as casas de pessoas que tiveram a coragem e a determinação de romper com a ordem do mercado, ocuparam a área. A partir de uma necessidade básica, a moradia, a comunidade da Fumaça atraiu “refugiados urbanos” das guerras dos lugares, principalmente ocasionadas pelos altos preços dos aluguéis, os quais ali e aqui, buscam realizar sua condição como cidadãos brasileiros.
Professor Dennis Fernandes Costa (Geografia)




Comentários

Adolescendo disse…
Ver estes educandos aprendendo com a própria realidade é um sonho realizado na educação brasileira.Parabéns aos educadores e professores envolvidos.Andrea Dias